quarta-feira, 13 de novembro de 2013

DESCUBRA O PODER DO CICLO MENSTRUAL - A LUA VERMELHA

(Texto extraído e adaptado da Obra Círculos Sagrados para Mulheres Contemporâneas, Ed. Pensamento)
A “Lua vermelha” representa uma oportunidade mensal ideal para a mulher se libertar de padrões e conceitos limitantes, romper e remover bloqueios e amarras do seu passado (pessoal e ancestral), mudar sua “pele interior” e renascer fortalecida e dignificada pelo poder do seu sangue. À medida que o endométrio se desprende e o sangue começa a fluir, a mulher entra em contato com as energias da morte (do óvulo não fecundado) e do final de uma fase.
Silenciando e avaliando aquilo que deseja, precisa ou quer descartar, ela poderá se libertar do “velho” e abrir espaço para o “novo”. Assemelhando-se a troca de pele da serpente (antigo símbolo da Deusa e da transmutação), a “Lua vermelha” representa um processo de recolhimento, renovação e renascimento.
A cura dependerá da motivação e do empenho pessoal para reconhecer e se mobilizar para a libertação dos conceitos limitantes e prejudiciais. Em vez de reclamar, lamentar, temer e sofrer durante “aqueles dias”, a mulher consciente irá começar a honrar seu sangue menstrual como um verdadeiro elixir de sabedoria, o néctar da Lua, ou sangue de Ísis, a ambrosia (manjar divino) ou soma das antigas culturas da Deusa. Aproveitando o ciclo menstrual como uma pausa abençoada para se interiorizar, meditar, descobrir e direcionar as energias criativas e fortalecedoras da sua essência feminina, a mulher saberá como melhorar e curar sua vida.
A maior parte dos problemas comuns das mulheres tem origem no conflito entre suas necessidades internas e o ambiente e as obrigações externas. O seu tempo e as suas energias são ocupados permanentemente com afazeres e deveres, cuidando da família e da casa, investindo na educação ou profissão, sendo submetida a um contínuo stress que não é compensado por uma auto nutrição. A sociedade é baseada nos ciclos masculinos e solares, que são diferentes dos femininos e lunares. A mulher é obrigada a manter o mesmo ritmo, sem poder respeitar suas flutuações hormonais e energéticas. Isoladas dos seus ciclos naturais e do convívio com outras mulheres, os ajustes psicológicos são precários e o resultado são os sintomas conhecidos como tensão pré-menstrual (TPM), ansiedade, depressão, exaustão, irritação. Durante milénios, nas antigas culturas, honrava-se a necessidade fisiológica, emocional e espiritual da mulher de se recolher, perceber e interagir com o seu mundo interior.
Será necessária uma ampla e gradual mudança na mentalidade atual para que as mulheres reconquistem o seu ancestral e natural direito de terem espaço e tempo reservadas para si mesmas durante sua Lua, sem ter que lidar com considerações negativas e imposições externas a respeito dessas, assim chamada “deficiência”.
A renovação espiritual se processa no recolhimento e na contemplação solitária, no contato com a Natureza e nas práticas e rituais individuais e coletivos. Ao perceber a conexão com o Todo, intensifica-se o poder interior, que será direcionado para a própria nutrição e cura, no nível físico, emocional, mental e espiritual. Honrar o ciclo menstrual não é uma tarefa fácil em uma cultura solar e linear, que não reconhece nem respeita a natureza cíclica feminina. Porém, não é impossível para a mulher reservar um tempo para se recolher, cuidar de si, relaxar, meditar, orar, diminuir responsabilidades, nutrir a mente e o espírito, conectar-se com as emoções, curar feridas e fortalecer-se.