quarta-feira, 13 de novembro de 2013

SEJA NATURAL

Todos viemos ao mundo como seres essencialmente integrantes da natureza. Espontâneos, autênticos, leves, intuitivos. Aos poucos, os condicionamentos, impostos por nosso ambiente e a sociedade, vão nos afastando cada vez mais desse estado.
O maior desafio que um buscador encontra em sua jornada é o retorno a essa condição, resgatar novamente a conexão com a luz e a fonte de sabedoria que o originou.
Quanto mais ele consegue o aprofundamento em seu próprio interior, maiores serão as oportunidades de vivenciar esta energia, que se expressa numa crescente sensação de confiança, paz e bem-aventurança diante da vida.
Abandonar as reações artificiais, aquelas que nos acostumamos a adotar como defesa ou estratégia para sermos aceitos pelo mundo, é o primeiro passo. Ainda que em alguns momentos o preço a ser pago pela autenticidade seja alto, quanto mais experimentamos a sensação de liberdade que ela nos traz, mais coragem reunimos para prosseguir no caminho.
Então, a cada dia nos descobrimos em um novo estado de ser, onde a vida ganha contornos muito mais coloridos e especiais, pois o medo e a insegurança já não predominam. Em seu lugar, permanece apenas a sensação de estar vivendo em total sintonia com a fonte de amor que nos criou.
Tornem-se Budas, comecem a viver em um tipo totalmente diferente de paisagem. Ouçam mais o coração, ouçam menos a cabeça. É na cabeça que Josef Stalin e Adolf Hitler são criados... Um Buda está sentado em seu coração, no mais profundo do seu coração. Vá até lá. Mova-se silenciosamente para dentro.
Se muitas pessoas fossem poetas como Buda, o mundo seria mudado - mas não por qualquer esforço direto, não por ação direta. A ação direta é política, ação indireta é poesia. Você não faz diretamente, simplesmente começa a acontece.
Porque você mudou, você cria uma vibração de mudança. Porque você vive em um plano diferente, aqueles que entram em contato com você começam a ouvir um som de um plano diferente, eles começam a ouvir uma música de um mundo diferente, eles começam a tornar-se difusos com ela, eles começam a carregar sua fragrância.
Um poeta como Buda cria milhares de poetas no mundo -ele se torna catalítico, sua presença inspira. Se você passar por um jardim, você pode até não ter tocado as flores. Mas quando você voltar para casa, de repente, você encontra a fragrância persistente em suas roupas. Quando você vem a um Mestre, algo começa a prolongar-se, algo começa a pendurar-se ao seu redor.
No início, é muito nebuloso. No início, você não pode ter certeza do que é, nem do que não é. Mas uma coisa é certa: algo está lá. Aos poucos, começa a tornar-se mais e mais claro, aos poucos, a claridade surge, mais transparência. E logo você se encontra ancorado em uma dimensão totalmente diferente de ser".
Osho - Zen: The Path of Paradox

Por: Elisabeth Cavalcante