quinta-feira, 8 de setembro de 2011

ELES REALMENTE FUNCIONAM?

Você já ouviu falar em leite com ômega 3, pães que contêm fibras e soja ou em iogurtes que prometem regular o fluxo intestinal? Esses alimentos viraram moda e são classificados como funcionais ou nutracêuticos.
Essa classificação engloba os alimentos que em formas naturais ou processadas, contêm níveis significantes de componentes bioativos, ou seja, além de terem propriedades nutritivas produzem benefícios à saúde, à capacidade física e ao estado mental.
Segundo a ANVISA, órgão que regulamenta a produção de alimentos funcionais, seu consumo deve ser seguro, sem prejuízos à saúde ou necessidade de supervisão médica.
Segundo a Dra. Anna Paola Pierucci do Dpto. de Nutrição Básica e Experimental da UFRJ, os primeiros funcionais, e os mais comercialmente importantes, foram os produzidos com a adição de microorganismos probióticos, como as bactérias lácticas e fungos que atuam na prevenção de distúrbios gastrointestinais. "Atualmente tem-se registro de mais de 100 tipos de alimentos funcionais, os quais envolvem diferentes substâncias bioativas, como terpenos, fenóis, flavonóides, oligossacarídeos, ácidos graxos poliinsaturados e outros. Esses ativos, em geral, têm propriedades que podem prevenir alergias, alguns tipos de câncer, inflamações, melhorar a ação do sistema imunológico e combater radicais livres que provocam o envelhecimento das células, entre outras".
Além da classificação dos probióticos, existem os bioativos pré bióticos que servem de alimento para microorganismos probióticos, e ainda os simbióticos, que são a junção dos alimentos dos dois grupos anteriores, como misturar iogurte natural na salada e acrescentar cebola.
A Dra. Pierucci ainda lembrou que os benefícios dos alimentos funcionais estão diretamente associados ao consumo de uma dieta equilibrada e aos hábitos de vida saudáveis, como a prática regular de atividades físicas. Desta forma, a eficácia do consumo de alimentos funcionais é mais relacionada à prevenção e ao tratamento do que a cura de doenças. "Alimentos funcionais não são medicamentos, o consumo de alimentos funcionais in natura deve ser incentivado para compor uma alimentação balanceada. Os alimentos funcionais processados, os quais são acrescidos de substâncias ativas em concentrações não naturais, não apresentam riscos à saúde, porém, considero que seu consumo deve ser avaliado caso a caso, preferencialmente, por um nutricionista. Para o leite com ômega 3, por exemplo, existem outras fontes alimentares que possuem maior concentração desse composto, como sementes de linhaça, castanhas e peixes (atum e salmão), que podem ser consumidos em porções menores, conferindo vantagens ao consumidor, principalmente sob os pontos de vista da saciedade e do econômico.



Por: Beatriz Padrão