terça-feira, 4 de agosto de 2009

ENERGIA, INTUIÇÃO E MENTE

A mente cognitiva é a que recebe nossa primeira e primordial atenção, pois estamos sempre atentos a nossos pensamentos, que são decorrentes dessa mente lógica e que, logicamente, se considera infalível! Ela é lógica, analítica e focada em algo: julgando, comparando, planejando, organizando, liderando, fazendo, e principalmente duvidando.
A mente intuitiva é a nossa segunda atenção, aquela na qual precisamos nos aprofundar, pois ela é receptiva e consciente: conhecendo profundamente, sendo, imaginando, ouvindo, incluindo, sentindo, aceitando, permitindo e principalmente colaborando. Estamos acostumados a pensar na intuição como um atributo feminino (sexto sentido).
Quando ativamos nossa intuição podemos notar a essência das pessoas ou mesmo dos objetos, quando podemos nos transformar e adquirir a sensibilidade para compreender o que precisamos, como vai ser feita nossa mutação, como vamos nos curar. É quando podemos entender melhor nossos próprios sonhos noturnos, e até mesmo os diurnos.
Com a mente intuitiva funcionando, e a mente cognitiva convidada a relaxar, podemos, por exemplo, mover-nos em um ambiente e notar seus pontos de poder, os campos energéticos, podemos “ouvir” o que a ambiente nos fala, recebendo informações e sinais do mesmo. O mesmo acontece em relação à outra pessoa, quando nos permitimos sentir sua energia e receber informações silenciosas sobre ela.
No entanto, a mente cognitiva pode estar presente junto com a mente intuitiva, assim podemos desenvolver uma atenção dupla, completa, ou seja, adicionar a segunda atenção – a da mente intuitiva – à primeira, relaxando a mente cognitiva.
De acordo com Arnold Mindell (The shaman´s body), a primeira atenção é a consciência necessária para conseguir seus objetivos, realizar suas tarefas diárias e ser do jeito que você quer aparecer como sendo. A segunda atenção foca sobre aquilo que você normalmente negligencia, sobre experiências externas e internas, subjetivas e irracionais. A segunda atenção é a chave para o mundo do sonho, do inconsciente e dos movimentos sonambulantes, os acidentes e palavras não intencionais que acontecem o dia inteiro.
Alan Seale escreveu: “No seu mais alto nível, a voz intuitiva é aquela parte de você que se une ao grande mistério, que é Amor. É a voz de Deus dentro de nós. A consciência intuitiva se desenvolve lado-a-lado com sua vontade de ir além da mente intelectual, para que você possa conhecer e experimentar as possibilidades infinitas que existem além dos limites da consciência comum”.
A intuição vem quando começamos a organizar o pensamento, quando não deixamos o cérebro funcionar no automático. Mesmo que você esteja diante de um conflito armado, é necessário termos em conta que isso não vai ficar sempre assim e vai ser resolvido, mesmo que não saibamos como. Podemos saber, sim, através da intuição, se quisermos nos oferecer para colaborar com a nossa parte na solução.Não existe um ser com a mesma compreensão. Cada ser é um grau. Cabe a nós afirmar a perfeição e a união. Aconteça o que acontecer! Mesmo diante de uma situação negativa, afirmar a ordem, a criatividade, e não o que está acontecendo ali aparentemente. Na essência daquilo será o que tiver que ser. É este o exercício que devemos tentar neste planeta onde o caos está em ato. O nível intuitivo não oferece provas. Dele as informações vêm, fluem e nós as percebemos ou não, nós as acolhemos ou não. Não podemos esperar obter informações do nível intuitivo sem que nossa mente esteja controlada. Se ela não se coloca num determinado nível de receptividade, não terá capacidade de perceber intuições.
Hoje, a rigor, para subsistirmos é necessária a intuição. A intuição não recebe ordem ou comando. Ela é o nosso GPS interno, nossa ligação com o Universo que sempre indicará o Norte, ou seja, sempre nos mostrará o caminho certo à seguir.

Por: Nice Ribeiro - Jornalista