sábado, 2 de janeiro de 2010

SACERDOTISA DE APOLO

Um vento quente vinha do mar em direção ao Tempo de Apolo. Os sacerdotes com seus oráculos já previam que algo aconteceria em menos de uma lua.
Algo em mim vibrava, sentia que não seria mais a mesma depois de hoje. Logo vi meus primos, Heitor e Páris se colocarem sob vigilância no alto da muralha.
De longe milhares de embarcações vinham em direção à Tróia. Mas dentre muitas, apenas uma me chamava atenção. As velas negras de uma embarcação que ao longe despontava.
Sim, realmente foi terrível ver Tróia ser invadida, saqueada e queimada. Lembro me que o caos fora instaurado, nem mesmo meu Deus Apolo, a quem sirvo com tanta dedicação, veio nos proteger.
Em meio tanta gente, fumaça e lágrimas senti um braço forte a me conter...
Era Áquiles, que tanto ouvi histórias que mais pareciam lendas. Fui levada por ele, sabia que seria sua escrava. O que para mim seria a morte!
Porém, não foi isso que aconteceu. Vários dias sob seus cuidados, vi o grande Aquiles me desejar, me amar e me querer por diversas vezes. E confesso que adorei estar com ele, coisa que nunca pensei em sentir.
Mas por ciúmes e envaidecimento, meu Deus Apolo, não permitiu que ficassemos juntos e no dia em que Tróia caiu vi Áquiles ser retirado de mim. Não por um grande guerreiro, mas por uma simples flecha lançada por um arqueiro que acertou justamente seu calcanhar.
Naquele dia perdi tudo, minha pátria, minha família e meu amor...
O que restou de mim?
Apenas doces lembranças de um amor, que com certeza, a humanidade se lembrará. Porém não viverá jamais outra igual.

Saudações troianas.

Por: Briseis (Sacerdotisa de Apolo)