AVALON

Avalon era a ilha lendária encantada onde “Excalibur”, a espada do Rei Arthur, tenha sido forjada e para onde o próprio rei tenha voltado vitorioso depois da sua última batalha para ser curado de um ferimento mortal. Geoffrey de Monmouth, o autor da lenda de Arthur, chama-lhe Insulis Avallonis, que traduz por Ilha das Maçãs, num claro simbolismo paradisíaco. A ilha é ainda associada às míticas ilhas Afortunatas, mas situada em águas ocidentais.
Contam os fatos que neste local foi construído o Mosteiro de Glastonbury e seu fundador José de Arimatéia teria deixado lá o Santo Graal (a taça que Cristo usou na última ceia). A mística do Graal deu origem a inúmeras histórias, algumas lendárias (onde o Graal seria uma mulher – filha de Cristo e Madalena) onde a Igreja e toda sua base religiosa seria colocada à prova (Código Da Vinci de Dan Brown explica muito bem isso). Porém na Europa a igreja iria demonstrar sua força através da Cruzadas. E assim as religiões pagãs seriam eximadas juntamente com seus seguidores (Santa Inquisição).
Mas Avalon resistia, em meio as Brumas de um lugar distante, onde somente os escolhidos podiam chegar e desfrutar do paraíso lá oferecido. E é assim que começam as lendárias fábulas de Arthur, Morgana, Merlin, Dama do Lago, Lancelot e Guenevere.
Com medo de que tudo fosse acabar Merlin e Viviane (Dama do Lago) tramam fazer da Bretanha uma terra onde o Cristianismo não dominaria e a Religião Celta continuaria viva. Nesse jogo de armações e envolvimentos Viviane sabe que sua sobrinha Morgana seria a próxima a lhe substituir, então aos nove anos ela é retirada de sua familia e levada para Avalon onde seria iniciada. Dona de uma sensibilidade extraordinária e uma terceira visão, Morgana logo seria a Sacerdotisa que Avalon precisava. Porém, fora desse cenário, a vida na Bretanha continuava. A mãe de Morgana acaba por ficar viúva e tem um filho do rei da Bretanha, o que sem saber, já era outro plano traçado.
Merlin vai em busca dessa criança, Arthur, e lhe ensina todas as qualidades de um nobre cavaleiro e um expetacular Rei (lenda de Excalibur). Quando Arthur se torna um homem, a Dama do Lago lhe entrega uma espada, que segundo a lenda esta enterrada numa grande pedra. Em posse de seus artefatos e dono de um sangue real Arthur se torna rei.
Mas como garantir a permanecia do trono em mãos bretanhas, outra vez o destino trama e com a ajuda de Viviane e Merlim acontece o encontro de Arthur e Morgana. Numa celebração de Beltane onde as fogueiras são acessas e a luz alta indica o inicio da primavera jovens donzelas são entregues ao sexo, como forma de reprodução em homenagem à Deusa da Fertilidade. Sendo isso uma tradição celta, as sacerdotisas sabem o valor de sua virgindade e o peso de ser mãe de um filho feito em um ritual de Beltane.
Só que os mentores não contavam com uma coisa, Morgana durante sua estadia em Avalon acaba por encontrar Lancelot, seu primo, filho de Viviane que vai visitar a mãe. Não acontece nada de mais. Mas para Morgana o “estar com Lancelot” era algo mágico e seus sentimentos quanto a virgindade para a Deusa começava a ser questionados. E por sorte, numa dessas ida e vindas do destino, aparece Guenevere.
Guenevere, sem saber, tambem é dotada de poderes, mas por ser católica, não dava atenção a muitas coisas. Queria amar e ser amada. E fora passar um tempo no Mosteiro.
A linha tênue que separava o real do imaginário é desfeita pelo ciúmes de Morgana, pois ao perceber que Guenevere conseguia ouvir as vozes de Avalon, resolve desfazer as brumas e os três são vistos.
Os olhares de Lancelot e Guenevere demonstraram de imediato suas paixões, não conseguiram se falar, mas um simples tocar de mãos, pois Guenevere ao adentrar em Avalon escorrega e é amparrada pelo nobre cavaleiro.
Morgana se sente ofendida e refaz a cortina de fumaça, pois sabe que a partir dali deuses e deusas estariam trilhando seus caminhos.
Lancelot fica decepcionado com a postura da prima e a diz: “Cada dia que passa você esta mais parecida com minha mãe. Interessada somente em seus afazeres, nem se quer da conta que existem outros mundo e pessoas fora de Avalon”.
E dessa forma, Lancelot se vai de Avalon. Começa a defender o cristianismo e acima de tudo passa a detestar Morgana. Como amor e ódio são faces de uma mesma moeda. Morgana não desiste dele, apenas o deixa distante, porém nunca deixa de marcar sua presença.
O Festival de Beltane marca a vida de Morgana, onde ela é entregue a seu consorte, no caso Arthur, seu irmão por parte de mãe. E acaba por ficar grávida dele.
O tempo passa, Arthur é nomeado rei, funda a Távola Redonda (que o princípio é maravilhoso, pois se a forma da mesa é redonda, não há cabeceira, ou seja, todos são iguais e com mesmo valor) e a Bretanha se torna próspera.
Arthur tem que se casar e acaba por conhecer Guenevere. Não há amor por parte dela, mas o respeito e a admiração lhe proporcionam momentos felizes.
Enquanto isso, sem saber, Guenevere esta sob um encantamento, pois Arthur não terá outro filho, apenas o que teve com Morgana poderá ser legitimado, na idade certa.
A história ganha um enredo quando decepcionada por não poder gerar um filho do rei, Guenevere reencontra Lancelot e com ele começa a ter inúmeros encontros amorosos. O romance fica tão nítido que a Bretanha inteira sabe desse fato, e Arthur em sua nobreza permite que os dois grande amores de sua vida (Lancelot seu amigo/primo e Guenevere sua esposa) convivam com ele. O que deixa Morgana mais enlouquecida.
O tempo passa, o catolicismo ganha força, o amor de Guenevere e Lancelot aumentam e Arthur vai se decepcionando... Merlin morre nos braços de Viviane, que se eterniza como a Dama do Lago. Morgana casa se com um rei bem mais velho que ela, como forma de arranjo feito por Guenevere, já que a mesma fizera inúmeros desfechos maquiavélicos contra ela e Lancelot.
O final dessa história ninguém sabe ao certo, ouviu se falar que Arthur morre numa batalha nas mãos de seu próprio filho. A Excalibur é devolvida ao Lago, Morgana retorna ao reino e Avalon e se torna sacerdotisa. Cuida de Arthur até seu final. Lancelot se casa com outra dama de um lugar distante e Guenevere...
Bem... Guenevere...
Acredito que de todas, mesmo sendo a mais envolvida na história, foi a única que teve a sorte de ser amada por dois nobres cavaleiros maravilhosos, conseguiu bater de frente com Morgana e com os planos mau traçados do destino.
Guenevere vive dentro de todas a mulheres que se colocam na vida de forma plena, mesmo não sabendo que carrega em si os grandes poderes de uma Deusa. Enquanto as mulheres se tornavam sacerdotisas, como Morgana, e obtinham legiões de admiradores, algumas paixões e nenhum amor. Guenevere, mesmo que oculto, tinha um grande amor (Lancelot), uma grande paixão (Arthur) e uma legião de mulheres admiradoras que gostariam de estar no lugar dela. Hehehehehehe...

Uma dica: Leia o Livro e assista o filme “As Brumas de Avalon” você vai se apaixonar a cada segundo... E depois siga a sua intuição, pois lembre-se, dentro de cada um de nós existe um(a) deus(a) esperando só que você se permita influênciar.

Logo abaixo coloquei uma das cenas que mais gosto. Dá uma olhadinha e sinta a magia e a sedução dos personagens...